Friday, January 11, 2008

Onde é que isto vai parar?

Quarta Feira, tinha um almoço marcado com uma pessoa que já não via há algum tempo. Uma pessoa amiga que já vem dos tempos de universidade...

Essa pessoa acabou os estudos, começou a trabalhar e casou com a mesma pessoa com quem mantinha uma relação há 8 anos.

Há duas semanas atrás, ao ligar para desejar um bom Natal, informou-me que estava prestes a iniciar o processo de divórcio. As coisas tinham corrido mal e a outra pessoa sentiu-se atraída por outrém. Fiquei, mais uma vez, desiludido com o rumo que isto levou. Mais um daqueles casais por quem quase toda a gente que os conhecia punha a mão no fogo. Um casal exemplar, um modelo de relação, etc, etc.!

Hoje, contaram-me com mais pormenor o que se tinha passado, o que se tinha dito, o que tinha ficado por dizer, o que se tinha feito e o que se deveria ter feito.

No ano que há poucos dias terminou, ouvir falar mais em separações, divórcios e finais de relações que já duravam há muito, mas mesmo muito tempo, do que em qualquer outro ano que passou, desde que cá ando...

Ponho-me a pensar...será que não temos capacidade, nos dias que correm, em manter uma relação? Alimentá-la? Protegê-la? Não acredito.
Acredito, isso sim, que estamos a ficar cada vez egoístas e egocêntricos. Que nos preocupamos com o nosso bem estar, e só depois para o que é melhor para o casal...

Eu bem sei que este assunto dava pano para mangas e que o tempo disponível para postar não é tanto como eu gostaria, mas tenho que deixar no ar, pelo menos estas perguntas:
O que é que nós queremos afinal de uma relação? Para que queremos uma relação? É o medo de ficarmos sozinhos? É uma questão de vaidade e mostrar às outras pessoas que também tem alguém ao lado? É com o objectivo de sair de casa dos pais? Ou será porque querem mesmo viver juntos, incondicionalmente e preparados para todos os desafios e contrariedades que uma vida a dois necessáriamente implica?

(Nota de rodapé: Estas justificãções já foram todas ouvidas por mim, ditas pelas mais variadas pessoas)


Todos nós temos fases menos boas na vida a dois. Cabe-nos, saber separar as águas e filtrar aquilo a que realmente devemos dar importãncia, sob pena de não conseguirmos suster uma vida a dois...


7 comments:

Maria said...

acho que é o que dizes. Actualmente a capacidade de tolerar o outro é mesmo muito baixa..:(
E por mim falo tb um bocadinho.

beijinho

Paula said...

Acho que o melhor que temos a fazer, é tentar fltrar as coisas, como tu dizes e ver o que é melhor para os dois.
Todos somos diferentes. Temos feitios e hábitos diferentes e eu acho que um casamento ou uma união; porque o que diferencia um do outro é um papel, é o complemento de dois feitios diferentes.
Todos temos de ceder um bocadinho em cada coisa e às vezes não é mesmo nada fácil.
Mas se realmente gostarmos da outra pessoa, fazêmo-lo.
Não sem sacrifício mas fazemos.
E há muito boa gente que não está disposta a sacrificar.
Só "sacrifica" quando as coisas estão bem.
E assim, não há relação que aguente.
Bjs!

Cristina said...

Os tempos mudaram... e aquelas relações de 60 anos como no tempo dos nossos avós já não existem. Julgo que hoje em dia, e como disse a Maria (e bem) a capacidade de tolerância é muito menor. O divórcio já não é visto como um "bicho ruim" - é encarado com naturalidade! Dantes aguentavam-se maus tratos, agressões (físicas e psicológicas) e traições... agora já não é assim.

Por outro lado, conhece-se diariamente tantas pessoas, que a hipótese de nos sentirmos atraídos por outra pessoa que não o nosso companheiro aumenta consideravelmente.

Bem... acho que é isto.

Sadeek said...

ó amigo....isto cada vez mais o pessoal não está para se chatear!!! Por qualquer merdice colocam tudo e todos em causa. Enfim, opções. Comigo isso não dá para funcionar assim...

E isto não se passa apenas e só nas relações entre casais mas em tudo na vida...

Miguel F. Carvalho said...

quem é? quem é?

eu conheço?

e é gira? lol

Rodopia... said...

Penso que as pessoas hoje em dia investem pouco nas relações que têm, estão mais ocupadas a fazer dezenas de outras coisas e sobra pouco tempo para o outro, daí que à miníma contrariedade saltem fora, porque é mais fácil assim...Hoje o amor já não é a principal prioridade, o que pode ser bom, mas tambem tem o lado mau. Concordo: a capacidade de tolerância é mais baixa e, na visão de alguns, há muitas outras pessoas que poderão substituir aquela que está ali ao lado... Isto, claro que apenas na opinião de uma parte dos individuos, penso eu. Felizmente, não é assim com toda a gente, alguns ainda sabem ceder quando devem e fazer determinados sacrificios quando é preciso. Embora também ache que se deve ceder e sacrificar apenas na medida certa e não em demasia...

Enfim, olha, esta coisa das relações é muito complicada, é o que é...

Beijinhos.

Anyone said...

Horas, disseste tantas verdades neste teu post. Concordo contigo na maioria delas, mas o amor deve continuar a perdurar e a sobrepôr-se a tudo o resto. Se perdermos essa capacidade, deixaremos de ser seres humanos, é isso que queremos? Mas é verdade que perdemos a capacidade de tolerar, de sacrificar...de ficar...:)