Quarta Feira, tinha um almoço marcado com uma pessoa que já não via há algum tempo. Uma pessoa amiga que já vem dos tempos de universidade...
Essa pessoa acabou os estudos, começou a trabalhar e casou com a mesma pessoa com quem mantinha uma relação há 8 anos.
Há duas semanas atrás, ao ligar para desejar um bom Natal, informou-me que estava prestes a iniciar o processo de divórcio. As coisas tinham corrido mal e a outra pessoa sentiu-se atraída por outrém. Fiquei, mais uma vez, desiludido com o rumo que isto levou. Mais um daqueles casais por quem quase toda a gente que os conhecia punha a mão no fogo. Um casal exemplar, um modelo de relação, etc, etc.!
Hoje, contaram-me com mais pormenor o que se tinha passado, o que se tinha dito, o que tinha ficado por dizer, o que se tinha feito e o que se deveria ter feito.
No ano que há poucos dias terminou, ouvir falar mais em separações, divórcios e finais de relações que já duravam há muito, mas mesmo muito tempo, do que em qualquer outro ano que passou, desde que cá ando...
Ponho-me a pensar...será que não temos capacidade, nos dias que correm, em manter uma relação? Alimentá-la? Protegê-la? Não acredito.
Acredito, isso sim, que estamos a ficar cada vez egoístas e egocêntricos. Que nos preocupamos com o nosso bem estar, e só depois para o que é melhor para o casal...
Eu bem sei que este assunto dava pano para mangas e que o tempo disponível para postar não é tanto como eu gostaria, mas tenho que deixar no ar, pelo menos estas perguntas:
O que é que nós queremos afinal de uma relação? Para que queremos uma relação? É o medo de ficarmos sozinhos? É uma questão de vaidade e mostrar às outras pessoas que também tem alguém ao lado? É com o objectivo de sair de casa dos pais? Ou será porque querem mesmo viver juntos, incondicionalmente e preparados para todos os desafios e contrariedades que uma vida a dois necessáriamente implica?
(Nota de rodapé: Estas justificãções já foram todas ouvidas por mim, ditas pelas mais variadas pessoas)Todos nós temos fases menos boas na vida a dois. Cabe-nos, saber separar as águas e filtrar aquilo a que realmente devemos dar importãncia, sob pena de não conseguirmos suster uma vida a dois...